
Venha, olhe para mim!
Assim! Pensas que sou um anjo ?
Por esta minha aparência angelical ?
Sim, sou mesmo. Mas não um anjo formal.
Daqueles anjos guardiões, lindos, amigáveis,
Que só dizem palavras sérias, agradáveis,
E habitam lá no alto no etéreo.
Não, sou um anjo rebelde demais,
Desci aqui para a terra de vocês, mortais,
Atraído que fui por suas lúdicas emoções,
Por suas orgias e prazeres carnais.
Sou diferente, nada inocente, não faço favor,
Nem tampouco sou de fazer concessões.
Não tenho sentimentos, nem coração,
E sou insaciável, sôfrego ao fazer amor.
Gosto de violentos prazeres, com dor.
Faço de todos os mortais escravos,
Das minhas sedentas vontades.
Comigo não existem bondades.
Sem nada dizer, vou chegando, pegando,
O que é meu por puro orgulho e prazer.
Só o que quero é a minha sanha saciar
Por isso levo todos os mortais a loucura,
Com esta minha maneira, rude, dura,
De tratar meus parceiros, verdadeiros,
Na hora do nosso envolvimento sexual.
Vou até a exaustão, e sem perdão,
Por horas intermináveis de prazeres,
Com o domínio total sobre os seres,
Porque sou imortal e muito mais forte
Do que todos vocês, escravos da morte.
Marco Orsi